sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Rephlexões Aleathórias: e se estivermos errados mais uma vez?

Dona Elvirinha do Catumbi pergunta: o Trump será a tragédia pintada por todos os professores doutores que têm chutado tão longe do gol?

Ela disse que não precisa que os engenheiros de obras prontas do New York Times, Financial Times, The Economist e The Economistinhas contem como entramos no Trumpworld.

Ela sempre soube que as fissuras geradas pela crise de 2008 e os deslocamentos criados pelos avanços tecnológicos geraram desigualdades e uma massa de descontentes propensas ao pessimismo e susceptíveis a teses populistas. Essa é a mensagem que tem saído de todas as round-tables que ela tem frequentado.

No entanto, a “América” já esteve para ser engolida pelos russos nos anos 60, pelos japoneses nos anos 80 e, mais recentemente, pelos chineses, mexicanos, muçulmanos e alienígenas, conforme o documentário “Independence Day”.

Apesar disso, até agora, as previsões mais apocalípticas não têm se materializado. Tendo por base a história de contornos relativamente otimistas do pós-guerra, será que o Donald não pode surpreender?

O garoto ganhou a casa branca falando as maiores barbaridades, é verdade - veja aqui a coleção completa de insultos.  Até aí, guardando-se as devidas proporções, a última eleição presidencial aqui no Brasil foi também um festival de mentiras e baixarias. Idem no Brexit, no referendo colombiano, etc. E sempre o lado mentiroso ganhou, isso não é novidade.

O sistema de pesos e contrapesos americano não permitirá os maiores absurdos. Isso não quer dizer que Trump vá renegar totalmente o que pregou. O viés protecionista é algo que preocupa.  A “diplomacia” é indubitavelmente desagradável. Haverá retrocessos na política social e ambiental. Além disso, tudo indica que políticos semelhantes ganharão espaço do outro lado do Atlântico – será o fim do Euro? 

Há razão de sobra para estar com as barbas de molho mas, de novo, isso não é propriamente breaking news.

Há, contudo, o outro lado, como sempre. As coisas obviamente estão dando errado e é preciso dar uma chacoalhada. O FMI do Duzinho diz que é preciso dar um impulso fiscal para tirar os países avançados da lama. Será que a redução de impostos, desregulamentação de setores, investimentos em infraestrutura propostos pelo Donald não são coisas que poderão dar uma forcinha neste momento tão delicado da economia mundial?

Não sei responder à pergunta de Dona Elvirinha, mas uma coisa é certa: este consenso em torno da tragédia que será o Trump é algo que traz bons augúrios.

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